As escolhas agora são abundantes, o que é ótimo tanto para os viajantes quanto para os restaurateurs.
Antigamente, comer em aeroportos era uma experiência desanimadora: comida cara e pouco saudável, consumida às pressas e carregando bagagem. No entanto, isso está mudando rapidamente. Nos últimos anos, grandes empresas de concessão têm atraído chefs famosos e marcas renomadas da hospitalidade para abrir filiais nos aeroportos, incentivando os viajantes a reservar um tempo para uma refeição decente antes de embarcarem.
Exemplos dessa transformação estão espalhados pelos Estados Unidos: Tortas Frontera, do chef Rick Bayless, no Aeroporto O'Hare de Chicago, foi nomeado o melhor restaurante de aeroporto do país. Michael Mina opera o Bourbon Pub no Terminal 1 do Aeroporto Internacional de San Francisco. Cat Cora possui operações em aeroportos de Detroit, Salt Lake City e San Francisco. Em março deste ano, Karen Akunowicz inaugurou o restaurante italiano Fox & Flight no Aeroporto Logan de Boston.
Para chefs e restaurateurs, operar em um aeroporto é muito mais complexo e caro do que em um restaurante convencional, devido a restrições de segurança e verificações de antecedentes, o que adiciona um custo extra. Além disso, não há margem para erro: um restaurante de aeroporto que não oferece a mesma qualidade das suas outras unidades pode prejudicar sua reputação.
O processo de abrir um restaurante em um aeroporto envolve várias etapas, incluindo a aprovação do aeroporto e a parceria com uma empresa de concessão, além do chef e da marca de hospitalidade. Os contratos geralmente duram 10 anos, o que pode ser um desafio, já que a maioria dos novos estabelecimentos fecha dentro de uma década. Portanto, não é todo chef famoso que quer se comprometer com um empreendimento no aeroporto, devido às dificuldades operacionais.
Além das parcerias, outro desafio é proporcionar conforto aos clientes em um ambiente agitado. As companhias aéreas e até empresas de cartões de crédito também estão investindo em experiências gastronômicas mais sofisticadas para seus clientes, como o restaurante exclusivo da United Airlines no Aeroporto de Newark e o novo Delta One Lounge no JFK de Nova York, que conta com uma brasserie.
Chefs enfrentam o desafio de replicar receitas de seus restaurantes principais e desenvolver pratos que possam ser preparados rapidamente nas cozinhas pequenas dos aeroportos. No entanto, para quem acerta, as concessões nos aeroportos podem ser lucrativas. O Southern National Market no Aeroporto Hartsfield-Jackson de Atlanta, por exemplo, opera em um espaço de 1.200 pés quadrados e gera cerca de US$ 3 milhões em receita anual, similar ao que ganhariam em um restaurante quatro vezes maior em Atlanta.
A experiência de Zingerman’s, que opera duas lojas no Aeroporto Metropolitano de Detroit, mostra como é possível elevar a qualidade da comida no aeroporto. A marca vende seus grãos de café para outros negócios no aeroporto e também se beneficiou do aumento das vendas online graças à exposição para os 30 milhões de passageiros anuais.
Fonte: Food & Wine