AOS POUCOS - Rua em São Paulo: restaurantes abertos, mas ainda vazios - Fernando Bizerra/EFE
A interrupção no funcionamento do WhatsApp por sete horas durante a segunda-feira, dia 4, foi indigesta para donos de bares e restaurantes no país. Segundo a Abrasel, entidade que representa o setor, a pane — que teve início no horário do almoço — fez com que cerca de 25 milhões de reais deixassem de ser transacionados pelo mercado durante o dia. Com a pandemia de Covid-19, muitos empreendimentos se voltaram à plataforma de bate-papo como uma forma de garantir suas vendas. Hoje, a Abrasel estima que 30% das entregas feitas a domicílio no setor sejam decorrentes de contatos via WhatsApp. A projeção é que o delivery, como um todo, movimente entre 45 bilhões e 60 bilhões de reais no Brasil em 2021.
Para a entidade, a pane demonstrou que o mercado precisa de alternativas para eventualidades do tipo. “Foi uma tragédia operacional. Essa queda desorganizou não só os pedidos por delivery dos restaurantes, como o retorno para o cliente e o contato com os motoqueiros”, diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel. “A gente está acompanhando a situação para entender o que aconteceu, até para se preparar para trabalhar com canais alternativos no caso de uma nova pane do tipo. Ficou claro que a gente precisa ter um plano B, que pode até ser o Telegram [rede de bate-papo concorrente do WhatsApp].”
Fundada em 2018, a startup gaúcha Anota Aí estima ter deixado de movimentar 4,6 milhões de reais com a pane. A plataforma usa redes sociais como o Facebook Messenger, o WhatsApp e o Instagram para atender os clientes por meio de chatbots. São 5,2 mil parceiros comerciais espalhados pelo país. “Ontem, a gente estima que foram de 70 mil a 100 mil pedidos que ficaram fora da plataforma. Ou seja, que não conseguimos vender”, diz Jonas Casarin, CEO e cofundador da Anota Aí. “O WhatsApp tem uma força muito grande dentro do delivery. É o canal que o cliente costuma usar para pedir. Como caiu o Instagram também, parte do delivery do país simplesmente parou.”
FONTE: VEJA