Guerra do delivery: Keeta leva restaurantes do Brasil e até cofundador do iFood à China
Ofensiva de “soft power” ocorre às vésperas da entrada da chinesa no mercado brasileiro
Prestes a estrear no mercado brasileiro de delivery de comida, a Keeta — subsidiária internacional da gigante chinesa Meituan — patrocinou a viagem de uma comitiva de restaurantes locais à China como parte de uma ofensiva de soft power. O grupo incluiu Patrick Sigrist, um dos cofundadores do iFood — justamente a plataforma dominante que a Keeta quer desafiar.
Entre os restaurantes, embarcaram na viagem executivos do alto escalão (inclusive CEOs) de redes como Habib’s, Bacio di Latte, KFC Brasil, Boali, Bom Beef Burger, Arcos Dorados (megafranqueada do McDonald’s), Zamp (Burger King e Popeyes no Brasil), Alife Nino e até da BRF (dona de Sadia e Perdigão). Além de Sigrist, acompanharam o grupo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) — um crítico antigo do iFood — e Fernando de Paula, presidente da Associação Nacional de Restaurantes (ANR).
Embora tenha cofundado o iFood, Sigrist não atua mais, é claro, na plataforma de delivery. Depois de deixar a empresa, há uma década, ele fundou a fintech Nomad e acaba de lançar a Iorq, uma plataforma que opera no segmento de crédito para empresas. À coluna, Sigrist defendeu a entrada de novos competidores no Brasil para que o país “permaneça um mercado aberto e competitivo”.
Reunião com fundador da Meituan
Os executivos passaram por Pequim, Shenzhen e Hong Kong para conhecer a operação da Meituan no mercado doméstico, onde a companhia afirma ter 770 milhões de usuários. O roteiro incluiu visita à Muralha da China, onde a empresa exibiu sua tecnologia de entregas por drone em pleno ponto turístico.
O grupo também se reuniu com Wang Xing, fundador e CEO da Meituan. Wang reforçou que o plano é lançar a plataforma no Brasil no último trimestre do ano.