“O fato é que, em termos relativos, diminui a distância entre o custo de se comer em casa do custo de se comer em bares e restaurantes”, disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel
Embora o movimento de clientes nos salões de bares e restaurantes tenha aumentado após o auge da pandemia da covid-19, o repasse parcial da inflação dos alimentos é um dos principais desafios do setor, destacou a Abrasel, em nota divulgada hoje. “O setor ainda está represando parte dos aumentos dos insumos”, disse Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, em comunicado.
Ao comentar a questão, a entidade destaca o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE na terça-feira (10), a inflação acumulada de alimentos e bebidas, em 2022, teve alta de 11,64%, contra uma elevação de 7,47% nos preços da alimentação fora do lar.
Parte do movimento, segundo ele, se deu pela falta de condições de reajustar os cardápios em um ano de retomada. “O fato é que, em termos relativos, diminui a distância entre o custo de se comer em casa do custo de se comer em bares e restaurantes”, comparou. O IPCA mostrou que os bares e restaurantes continuam segurando os repasses dos principais insumos para os cardápios.
No acumulado de 2022, embora um pouco acima do índice geral (5,79%), a inflação no setor (7,47%) fechou muito abaixo do índice de aumento dos alimentos de bebidas (11,64%) e teve quase metade do aumento registrado na alimentação dentro de casa (13,23%).
No setor de alimentação fora do lar, as refeições (5,86%) subiram bem menos que os lanches (10,67%) no acumulado do ano. Nos últimos doze meses, os insumos no geral ficaram mais caros como o arroz (5,98%), a batata inglesa (51,92%), cebola (130,14%), cenoura (2,52%), presunto (6,51%), leite longa vida (26,18%), biscoito (24,04%), pão de queijo (20,03%), pão de forma (29,72%). Já outros sofreram deflação, como é o caso do feijão preto (-6,01%), da carne de porco (-0,25%) e do filé mignon (-10,72%).
Fonte: Valor