Enquanto prepara a regulamentação das novas regras para o vale alimentação, o Ministério do Trabalho e da Previdência afirma que as mudanças devem abrir o mercado e estimular a entrada de novas empresas no setor que movimenta R$ 90 bilhões por ano.
Uma das medidas de maior impacto para o setor é a proibição do chamado rebate —desconto que as chamadas tiqueteiras oferecem às contratantes sobre o valor de face dos benefícios.
Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel Nacional (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), afirma que a entidade concorda com parte das mudanças, como a interoperabilidade —mas não com outras, como a portabilidade, que estimularia o mercado de "cashback" (recompensa em dinheiro) para atrair clientes e, com isso, transferiria os custos para os estabelecimentos.
Entre as principais preocupações, no entanto, está a falta de regulamentação do auxílio-alimentação. Para ele, os problemas vistos até agora no vale-alimentação continuariam a ser observados no novo instrumento, impulsionando os custos para os restaurantes. "As empresas estão se movendo em uma velocidade muito rápida [para o auxílio alimentação], está tomando dimensões assustadoras. Então ao invés de o problema ser resolvido está sendo agravado", afirma o presidente da Abrasel.
Solmucci demonstrou ter influência sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao ser um dos principais articuladores de um programa de socorro aos empresários para não haver demissões durante a pandemia —o que resultou no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
Para Solmucci, esperar que a mudança para restringir o auxílio-alimentação seja feita por projeto de lei pode demorar meses ou até anos. Por isso, ele defende que o governo edite uma MP (medida provisória) para resolver o assunto o quanto antes. "Ou a gente faz isso via MP ou vai ter uma distorção brutal",diz.
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