O setor de food service no Brasil atravessa um momento de contrastes e desafios significativos. Embora muitos operadores tenham registrado crescimento expressivo em faturamento em 2024 – conforme pesquisa da ANR/GALUNION/ABIA, 55% deles aumentaram suas receitas – a inflação persistente sobre insumos e custos operacionais pressiona as margens de lucro, exigindo uma gestão ainda mais estratégica.
O Índice de Desempenho do Food Service (IDF) do Instituto Foodservice Brasil indica um crescimento nominal recente, porém, descontada a inflação, o desempenho real do setor apresenta retração. Esse cenário demanda dos líderes do setor uma recomposição cuidadosa de custos, que muitas vezes implica repasses ao consumidor, testando sua fidelidade. O consumidor atual, mais informado e exigente, valoriza não apenas preço, mas também qualidade, conveniência e alinhamento com valores socioambientais.
Manter a operação saudável e competitiva nesse contexto requer mais do que cortes simples. Reduzir qualidade ou simplificar a experiência pode comprometer o futuro do negócio. A palavra-chave é reinvenção: investir em inteligência operacional, revisar processos integralmente e buscar soluções que otimizem recursos sem sacrificar o valor entregue.
A eficiência operacional deixa de ser diferencial para se tornar essencial à sobrevivência. Isso envolve controle rigoroso de estoque para evitar desperdícios e padronização no porcionamento para garantir rentabilidade. Também exige adaptação ágil do cardápio, considerando sazonalidade e variações de preço, sem perder criatividade e atratividade.
Estudos de benchmarking no setor indicam que alimentos pré-processados de qualidade podem reduzir o tempo total de preparo em cerca de 20% a 30%, dependendo do tipo de operação e cardápio adotado. Além de melhorar a produtividade da equipe, esse tipo de solução contribui para o controle de porções, redução de perdas e padronização da entrega ao cliente.
Para 2025, a inteligência estratégica será ainda mais decisiva, com três pilares ganhando destaque: sustentabilidade, personalização e conveniência. A sustentabilidade reduz desperdícios e melhora a eficiência — do uso de insumos à gestão de resíduos. A personalização permite criar experiências que fidelizam, mesmo em ambientes operacionais padronizados. Já a conveniência, tanto no consumo quanto na operação, é fator-chave para atender um público cada vez mais imediatista e otimizar processos internos.
Empresas que investirem em inovação tecnológica, processual e de modelo de negócio, cultivarem parcerias alinhadas a esses princípios e implementarem operações inteligentes estarão preparadas para enfrentar a inflação e prosperar, entregando valor real e conquistando a preferência duradoura dos clientes. O gestor que tratar a eficiência como aliada estratégica e não como mera reação à crise, terá não só mais margem, mas mais fôlego para inovar, fidelizar e crescer com consistência.
*Fonte: Food Connection.